Atualmente, a educação exige um olhar para desafios locais e, por isso, trouxemos algumas recomendações práticas da UNESCO para utilizar em sala de aula.
O Dia Mundial da Educação é celebrado, anualmente, em 28 de abril. Neste dia, com o objetivo de conscientizar a população sobre a importância da educação, são produzidos muitos conteúdos que apontam a conexão do ensino de qualidade com a construção de valores sociais, como a ética, o fortalecimento da democracia e a solidariedade.
A data comemorativa foi instituída depois do Fórum Mundial de Educação, que ocorreu no Senegal, em 28 de abril de 2000. No evento, 164 países, incluindo o Brasil, se uniram e demonstraram um compromisso com o desenvolvimento educacional, estipulando metas até o ano de 2030.
Um direito universal
O acesso à educação é um direito de todos os indivíduos, capaz de proporcionar um desenvolvimento pessoal e, em larga escala, avanços econômicos, sociais e culturais para o país. Cabe ao Estado garantir uma formação básica de qualidade, e às instituições estarem sempre com metodologias atualizadas.
No Brasil, o Plano Nacional de Educação (PNE) é uma iniciativa do MEC (Ministério da Educação) e está em vigor até 2024, com duração total de 10 anos. O programa articula esforços nacionais para tornar a educação mais inclusiva, buscando aumentar a taxa de escolaridade e de alfabetização, garantir a formação de professores e melhorar a qualidade do ensino básico e superior.
Partindo para uma perspectiva global, a UNESCO publicou, no final de 2021, um estudo que aponta uma urgência: a necessidade de reinventar a educação, enfrentando desafios locais e propondo oportunidades mais justas, com um novo contrato social para crianças e jovens.
Trazendo pontos similares aos princípios do Educbank, o documento, chamado “Reimagining our futures together: A new social contract for education” (“Reimaginando juntos nossos futuros: Um novo contrato social para a educação”), indica que as abordagens pedagógicas devem, sempre, ser adaptadas de acordo com a realidade regional, para que, a longo prazo, seja possível moldar um futuro sustentável e pacífico. Países com conjunturas distintas não podem ter as mesmas metas e planos de ação, por exemplo.
Dentro das salas de aula, algumas transformações são recomendadas:
- modelo de ensino menos expositivo, passando a focar mais na colaboração entre estudantes
- grades de disciplinas mais flexíveis, que incluem uma aprendizagem ecológica, intercultural e interdisciplinar
- expandir oportunidades educacionais – não deve ser algo restrito a faixas etárias e ambientes específicos
- não adotar modelos universais de escolas – cada instituição deve se ater à sua realidade, com a própria organização de espaços, horários, grupos e disciplinas
Nesse contexto, as escolas devem ser protegidas e assumir um papel de inclusão, promovendo o bem-estar individual e coletivo, para que o mundo receba um direcionamento mais justo. É necessário driblar o fato de que a educação de melhor qualidade é separada, na maioria das vezes, para os grupos economicamente privilegiados.
Como meio de alcançar essa mudança, foi apontado, pela UNESCO, um contrato social que carrega como premissas o acesso à educação de qualidade por toda a vida e o fortalecimento educacional como bem comum. Para tirar a ideia do papel, é fundamental haver uma mobilização da comunidade como um todo (educadores, estudantes e familiares), com fortes programas de pesquisa, ações individuais e coletivas, superando qualquer discriminação, e um papel ativo das instituições de ensino.
Em síntese, é esse o maior princípio da educação: alcançar o máximo de pessoas possível, para que a mudança em suas vidas, de forma individual e coletiva, seja intensificada.