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Educação midiática: o desafio de transformar a quantidade massiva de informações em conhecimento.

Educação midiática: o desafio de transformar a quantidade massiva de informações em conhecimento.

13 de agosto de 2022

5 min

    feed do Instagram, e quantas vezes você já curtiu, comentou, compartilhou um post no stories só por causa da imagem ou pela frase. Por isso, é importante entender a fonte de cada mensagem que está chegando até você. A educação midiática surge como uma ferramenta central neste processo. O objetivo da Educação Midiática é que a pessoa que esteja navegando pela rede seja capaz de interpretar, pesquisar e produzir informações de forma responsável e reflexiva. No documento “Leitores do século 21: Desenvolvendo habilidades de alfabetização em um mundo digital”, a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) afirma que as tecnologias digitais são responsáveis por uma maior disseminação da informação, com variedade de formatos que nem sempre se encaixam em modelos tradicionais. O documento ainda afirma que a desinformação leva à “polarização política, diminuição da confiança nas instituições públicas e falta de credibilidade na democracia “. Outro relatório feito pela agência de relações públicas e marketing digital da América Latina, Sherlock Communications, mostra que, no Brasil, 45% dos entrevistados da pesquisa afirmaram se contentar com as informações geradas de modo automático na internet, ao contrário de 19% que assumiram clicar em mais links para verificar as informações. A educação midiática envolve um conjunto de competências inseridas no processo de ensino e aprendizagem com o objetivo de formar cidadãos aptos a consumir, analisar e produzir conteúdo nas mídias, com senso crítico. Refere-se especialmente às mídias digitais, pois nelas temos um papel mais ativo, tendo em vista que podemos selecionar o que consumimos, criar conteúdo e interagir, o que torna mais democrática a transmissão de informação e com maior liberdade de expressão Segundo o relatório divulgado pela OCDE: 67% dos estudantes de 15 anos do Brasil – quase sete a cada dez – não conseguem diferenciar fatos de quando fazem leitura de textos. Quando se desenvolve as habilidades da educação midiática, o jovem ressignifica a sua relação com todas essas informações, construindo autonomia e criando senso de responsabilidade. A BNCC define em uma das suas competências gerais, a “Cultura Digital”, que são as aprendizagens relacionadas à Educação Midiática a qual os alunos precisam adquirir ao longo da Educação Básica:

    “Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva” (BNCC, 2018).

    Além disso, a Educação Midiática está presente no campo de atuação jornalístico-midiático, que faz parte do componente Língua Portuguesa da BNCC nos Ensinos Fundamental e Médio. O objetivo é preparar crianças e jovens para aprender com senso crítico e responsabilidade na Era da Informação, com uma formação focada no protagonismo para fazer escolhas conscientes. Outro aspecto importante da educação midiática, é que os alunos aprendam a utilizar a liberdade de expressão com consciência e responsabilidade, não confundindo com desrespeito. É, também, por meio da educação midiática, que os alunos aprendem a identificar uma fake news e entendem a importância de não compartilhar esse tipo de informação, pois nem tudo o que vemos nas mídias é verdadeiro. Desse modo, as crianças e os jovens entenderão o que é atuar com cidadania nas mídias, pois poderão produzir conteúdo e se expressar, dando voz aos seus anseios e desenvolvendo a construção e a transformação da sociedade do amanhã. Como diferenciar fatos de opiniões? Como produzir e compartilhar mensagens com responsabilidade? Lidar com esses obstáculos altera profundamente nossa ideia de alfabetização. Não basta ler o que chega às nossas mãos. É preciso interpretar intenção, autoria e contexto. É preciso dominar as ferramentas e as linguagens que nos permitem ter voz nesse ambiente. Saber filtrar e dar sentido ao grande fluxo de informação é um exercício diário, além de fator de inclusão ou exclusão social. Educar para a informação é um jeito de formar cidadãos livres e aptos a fazer escolhas conscientes. O nosso desafio como sociedade democrática não é proibir que as informações cheguem, mas sim ensinar o conhecimento necessário para filtrar tantas informações e interpretar qual a intenção desse conteúdo. O exercício da educação midiática começa pelo livre acesso à informação e a participação da população de forma responsável. As informações que consumimos ajudam nas tomadas de decisões dos cidadãos e cidadãs. Porém, essas informações precisam ser de qualidade. Por exemplo, o acesso aos mais variados sites e apps que auxiliam o monitoramento de candidatos e projetos de leis. Isso contribui para a liberdade de expressão, o direito à informação, engajamento e participação política. Portanto, a educação midiática tem o papel de qualificar o conteúdo, assim, combatendo a desinformação. A educação midiática pode ser entendida na prática como alfabetização e letramento midiáticos, em que os alunos desenvolvem junto ao processo de ensino e aprendizagem “tradicional” as habilidades de decodificar e interpretar uma mensagem na linguagem das mídias. Não se trata de uma disciplina isolada do currículo escolar, mas uma maneira de ensinar os alunos a pensar diferente, de modo autônomo e consciente na tomada de decisões, para não serem influenciados pelas mídias sem reflexão e senso crítico. A Era da Informação democratizou o acesso ao conhecimento e expandiu os limites da sala de aula. O papel dos educadores, cada vez mais essencial, é preparar o jovem para tirar o melhor proveito desse ambiente. O contexto de abundância de informação multiplica as possibilidades de aprendizagem e ressignifica o papel do professor. Se o conhecimento está em toda parte, a mediação do professor e da escola tornam-se, paradoxalmente, cada vez mais importantes.   Lara Crivelaro Diretora do Instituto Educbank

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