Busca
Pesquisar
Close this search box.
/
/
Mulheres na educação: protagonismo e resistência

Mulheres na educação: protagonismo e resistência

08 de março de 2023

6 min

    Pensar o papel das mulheres na educação, é refletir sobre séculos de desigualdade.

    No Brasil, de 1500 até 1827, o direito à educação era exclusivo aos homens. Isso porque as mulheres faziam parte, segundo o governo português, de um grupo denominado “imbecilitus sexus”, ou sexo imbecil, composto por mulheres, crianças e os portadores de deficiência neurológica.

    Nesse período, a atuação das mulheres na educação era inexistente. As mulheres existiam única e exclusivamente para servir.

    Mas isso mudou.

    Se de um lado temos a desigualdade como fator determinante na história das mulheres na educação, do outro, temos resistência e conquistas.

    É por isso que neste artigo especial ao Dia Internacional da Mulher, buscamos resgatar a história de luta pelo acesso à educação de mulheres no Brasil e no mundo.

    E celebramos 5 mulheres que, em sua genialidade e resiliência, transformaram a educação. 

    Mulheres e a luta pelo direito à educação no Brasil e no mundo

    A educação é o poder das mulheres”.

    Essa frase ficou mundialmente conhecida através da jovem ativista Malala Yousafzai, e é com ela que iremos iniciar a reflexão que este texto propõe.

    A educação sempre foi o pilar principal do desenvolvimento humano. O “saber” é o que historicamente nos edifica e permite transformar o presente e o futuro, bem como ressignificar o passado.

    E é justamente por isso que as mulheres, durante muito tempo, foram privadas do acesso à educação.

    Garantir às mulheres o direito de pensar é o mesmo que conferir a elas o poder de questionar a relação de submissão ao qual eram acometidas. 

    Brasil

    No Brasil, segundo o portal Mulheres de Luta, a primeira reivindicação pela instrução feminina partiu de um indígena, que solicitou ao padre Manoel da Nóbrega que ensinasse sua mulher a ler e escrever.

    Esse pedido foi negado pelo governo de Portugal.

    Contudo, há registros de que uma indígena, chamada Madalena Carumuru, conseguiu consolidar-se como exceção à regra e foi a primeira mulher brasileira a ser alfabetizada, em 1561.

    A partir de 1678, com o surgimento de alguns conventos no Brasil, mulheres tinham acesso a uma educação nos espaços religiosos mínima e informal, mas que as ensinava a ler e escrever.

    Mas foi apenas em 1824, durante o Período Imperial, que o ensino primário gratuito foi estabelecido como direito a meninas e meninos.

    Em 1879 foi registrada a autorização das mulheres às universidades, mas para matricular-se era preciso autorização dos pais ou do marido.

    Quando olhamos para dados atuais, todavia, observamos que a presença das mulheres na educação, em todos os níveis de ensino, é cada vez maior.

    De acordo com o relatório Education at Glance 2019, divulgado pela OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), as mulheres são maioria no ensino superior.

    Apesar disso, o relatório concluiu que: “Mulheres brasileiras têm 34% mais probabilidade de se formar no ensino superior do que seus pares do sexo masculino, mas também menos chances de conseguir emprego”.

    Evidenciando, mais uma vez, que, apesar dos avanços, o enfrentamento por igualdade e equidade está longe de acabar. Tanto no Brasil, como no mundo.

    É por isso que nos tópicos seguintes, iremos ilustrar um pouco do que tange mulheres na educação em outros países. 

    Afeganistão

    Com a volta Talibã ao poder, em agosto de 2021, vários direitos e conquistas femininas foram revogados, entre as revogações está a proibição das mulheres de frequentar escolas e universidades.

    Estados Unidos

    Apesar das mulheres já representarem a maior parte dos estudantes matriculados em universidades americanas, desde o final dos anos 1970, somente em 2014 a porcentagem de mulheres com diploma superou a de homens.

    Somália

    Estima-se que 95% das mulheres entre 7 e 16 anos nunca tenham ido para a escola. 

    Filipinas

    Segundo a Comissão Nacional sobre o Papel da Mulher, a taxa de mulheres alfabetizadas é maior que a dos homens. 

    Enquanto 17,8% delas se graduam na universidade, apenas 8,2% deles repetem o mesmo feito. As carreiras em que elas mais se destacam são voltadas à educação e à saúde. Em contrapartida, elas são excluídas de áreas como Engenharia e Direito.

    África do Sul

    Aqui, mais uma vez, elas são maioria nas universidades, embora continuem sendo excluídas de carreiras de tradição masculina, como engenharia. Contudo, mesmo com formação, elas não ocupam cargos de direção.

    Chile

    No Chile as mulheres também superam os homens em educação, segundo o Índice de Iniquidade Territorial de Gênero 2009 (relatório governamental), o qual considera o analfabetismo, anos de escolaridade e cobertura dos Ensinos Básico e Médio. 

    Em contrapartida, repetindo o mesmo padrão, as chilenas perdem em participação trabalhista e o nível salarial é 30% inferior ao dos homens.

    Segundo o Relatório de Monitoramento Global da Educação, o país introduziu o Plano Educação para Igualdade de Gênero 2015-2018, um programa permanente de educação de professores em nível nacional sobre gênero, discriminação, educação inclusiva, sexualidade e diversidade sexual em sala de aula.

    O país também foi o primeiro a ter uma constituinte com paridade de gênero. Ainda assim, ao observar o todo, é perceptível que há, ainda, um longo caminho para a igualdade. 

    Mulheres na educação: 5 nomes que fizeram história

    Por fim, para ilustrar o impacto eminente de mulheres na educação, selecionamos cinco nomes que revolucionaram a educação e evidenciaram o quanto suas ideias e estudos eram necessários. 

    1. Maria Montessori

    Maria Montessori foi uma das primeiras mulheres a se formar em medicina na Itália. Contudo, mesmo sendo médica, não pôde exercer a profissão porque era proibido a mulheres examinar corpos masculinos.

    Foi aí que iniciou seu trabalho como educadora e desenvolveu um método de ensino conhecido como Método Montessori.

    Esse método é baseado na observação das crianças e em como elas aprendem naturalmente, promovendo a autonomia, a liberdade e o respeito pelo ritmo de cada indivíduo.

    Montessori defendia que as crianças deveriam ser vistas como seres completos e que a educação deveria ser voltada para o desenvolvimento integral de cada indivíduo.

    Seu método foi adotado em diversas partes do globo e influenciou a forma como a educação infantil é concebida hoje.

    2. Nísia Floresta

    Nísia Floresta foi uma escritora, educadora e ativista brasileira, considerada uma das primeiras feministas do país.

    Ela fundou uma escola exclusiva para meninas em 1838 e escreveu diversos livros sobre educação. Nesse sentido, em uma época em que a educação feminina era vista como desnecessária e prejudicial, Nísia defendeu que as mulheres tinham o direito aos estudos e ao desenvolvimento intelectual.

    Ficou conhecida por seus questionamentos sobre a forma como as mulheres eram tratadas e por defender a igualdade entre homens e mulheres.

    3. Marie Curie

    Marie Curie foi uma física e química polonesa, naturalizada francesa, que foi pioneira na pesquisa sobre radioatividade.

    Ela é a única pessoa a receber dois prêmios Nobel em áreas diferentes: Física, em 1903, e Química, em 1911. Além de sua contribuição científica, Curie também foi uma defensora da educação científica e da igualdade de gênero na ciência.

    Seu trabalho abriu portas para milhares de outras mulheres nessa área. 

    4. Anne Sullivan

    Anne Sullivan foi uma educadora americana que ficou famosa por ensinar Helen Keller, uma menina com deficiência visual e auditiva, a ler, escrever e se comunicar.

    O sucesso dessa educação inspirou outras pessoas nas mesmas condições e externou que todos têm a capacidade de aprender e se desenvolver, independentemente de limitações.

    Sullivan desenvolveu métodos de ensino baseados na comunicação tátil e em outros recursos sensoriais, que permitiam que alunos com deficiência aprendessem de forma efetiva e se integrassem na sociedade.

    5. Malala Yousafzai

    “O Talibã podia tomar nossas canetas e nossos livros, mas não podia impedir nossas mentes de pensar.”

    Malala Yousafzai é uma ativista paquistanesa que ficou famosa por defender o acesso de meninas à educação em sua região. 

    Ela foi a pessoa mais jovem a receber um prêmio Nobel e inspira diversas pessoas de diferentes nacionalidades a valorizar a educação como um direito fundamental, bem como incentiva a luta por respeito e igualdade entre homens e mulheres em todas as áreas da vida.

    A educação, segundo ela, é a chave para superar a pobreza, a discriminação e a violência, e todos devem ter acessá-la, independentemente de sua origem ou gênero.

    Receba 100% das mensalidades da sua escola todos os meses sem atrasos.

    Leia também...

    O Educbank seleciona escolas de alto potencial, para que elas transformem a educação do Brasil.

    Seja uma escola apoiada e conquiste a segurança e previsibilidade financeira que as melhores escolas do Brasil utilizam para crescer.

    Processo seletivo

    O que você faria se tivesse uma injeção de capital na sua escola?

    Inscreva-se e participe do processo seletivo do Educbank.