Educação socioemocional é um conceito que tem se popularizado e repercutido significativamente quando o assunto é ensino básico.
Cada vez mais fala-se sobre competências socioemocionais, soft skils e sua importância para aprendizagem do futuro. E do presente.
Aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a conviver e aprender a ser.
Esses são os quatro pilares para a educação do século XXI, segundo a UNESCO.
E são eles os responsáveis pela idealização atual do que conhecemos como educação socioemocional.
Mas o que de fato é educação? Como aplicá-la? Avaliá-la? Quais os benefícios? Como formar professores aptos para integrá-la na rotina de aprendizagem dos alunos de forma efetiva?
Neste artigo, iremos buscar respostas para essas e outras questões que permeiam a temática, entendendo os desafios, as expectativas e a realidade vivenciada hoje pelas escolas de Educação Básica no Brasil.
Sendo assim, acomode-se confortavelmente e boa leitura!
Antes de explorar o conteúdo e os dados que estamos trazendo neste artigo:
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O que é Educação Socioemocional?
Para iniciarmos, é preciso conceituar em linhas gerais o que entende-se como educação socioemocional.
Essa, que desde 2017 é um eixo norteador da BNCC, é a educação voltada para o desenvolvimento de habilidades que gerenciam emoções.
Como sentir e mostrar empatia pelo próximo, atingir objetivos pessoais e coletivos, estabelecer e manter relacionamentos e tomar decisões responsáveis e cuidadosas, que impactem positivamente a vida do estudante dentro e fora da sala de aula.
Com isso em vista, a educação socioemocional se propõe a trabalhar quatro habilidades primordiais:
- Habilidades cognitivas (aprender a conhecer);
- Habilidades emocionais (aprender a fazer);
- Habilidades sociais (aprender a conviver);
- Habilidades éticas (aprender a ser).
E por que é tão importante desenvolver essas capacidades?
Porque cada vez mais percebe-se que apenas o ensino “técnico”, que se projeta apenas com conteudismo, não é o suficiente.
É preciso mais.
Crianças e adolescentes precisam aprender desde os primeiros anos a cuidar das próprias emoções.
Entenderem o que sentem, porque sentem e como lidar com esses sentimentos.
Isso irá potencializar tanto a vida acadêmica quanto pessoal e profissional.
A prova disso é que o mercado de trabalho tem procurado e investido cada vez em Soft Skils.
Isso quer dizer que a inteligência emocional e comportamental é tão avaliada quanto o conhecimento técnico.
E essa é uma tendência que só cresce.
Pensando nisso, vamos abordar quais competências socioemocionais são previstas pela BNCC e como elas se aplicam na realidade dos estudantes.
Quais são 5 competências da educação socioemocional?
Autoconhecimento
Essa habilidade envolve a compreensão e a consciência de si mesmo, incluindo emoções, pensamentos, valores e habilidades individuais.
Permite que os alunos reconheçam e compreendam suas próprias emoções, identificando o que sentem em determinadas situações e como isso afeta seu comportamento e relações com os outros.
Também envolve a capacidade de refletir sobre suas características pessoais, habilidades, pontos fortes e áreas de desenvolvimento, o que promove uma maior autoconfiança e autoestima.
Ao trabalhar o autoconhecimento, os alunos aprendem a identificar seus próprios valores, crenças e metas pessoais, o que os ajuda a tomar decisões mais conscientes e alinhadas com suas próprias convicções.
Bem como aprendem a reconhecer e respeitar as diferenças individuais, tanto em si mesmos quanto nos outros, promovendo empatia e compreensão.
Existem várias estratégias que podem ser utilizadas para estimular o autoconhecimento.
O uso de atividades criativas, como desenhos, escrita ou dramatizações, pode facilitar esse processo de autodescoberta.
Autocontrole
Já o autocontrole é a habilidade que envolve controlar as próprias emoções, pensamentos e comportamentos, mesmo diante de desafios e adversidades.
Desenvolvê-lo é essencial porque permite que os alunos lidem de forma adequada com o que estão sentindo, o que pode prevenir e evitar ações impulsivas e agressivas.
Ao treinar essa competência, os estudantes podem escolher a melhor forma de expressar o que sentem, levando em consideração o impacto de suas ações nos outros e em si mesmos.
Uma forma eficaz de desenvolver o autocontrole é incentivando a resolução de conflitos, de forma a lidar de maneira construtiva com situações de estresse e tensão.
Isso envolve o desenvolvimento de habilidades de comunicação eficaz, empatia, negociação e busca de soluções mutuamente satisfatórias.
Consciência Social
Por sua vez, a consciência social busca compreender e valorizar as diferentes perspectivas, culturas e realidades sociais, desenvolvendo empatia, respeito e responsabilidade em relação aos outros indivíduos e à comunidade como um todo.
Ao reconhecer as necessidades, direitos e diversidades, os alunos tornam-se mais conscientes de questões e ações que promovam a justiça e a igualdade social.
Nesse sentido, desenvolvê-la efetivamente tem como objetivo criar cidadãos preocupados com o bem-estar coletivo e dispostos a fazer a diferença.
Que respeitam diferentes culturas, histórias, tradições e perspectivas.
A consciência social também está diretamente ligada ao estímulo da empatia nos alunos, que se tornam mais conscientes do impacto de suas ações na sociedade.
Habilidade de Relacionamento
Manter relacionamentos saudáveis, empáticos e colaborativos é outra competência a ser explorada.
Desenvolver essa habilidade é essencial para o sucesso pessoal e profissional.
Sendo assim, a ideia é que os alunos aprendam a construir conexões significativas e a lidar com a complexidade das interações humanas.
E uma das maneiras mais inteligentes de fazer isso é por meio de uma comunicação eficaz.
É preciso aprender a expressar suas ideias de forma assertiva e ouvir ativamente os outros.
É importante que os alunos reconheçam as diferentes formas de comunicação, incluindo a comunicação não verbal e o uso adequado das tecnologias digitais.
Além de aprender a trabalhar em equipe e colaborar com os outros.
Tomada de decisão responsável
Tomar boas decisões será crucial na vida acadêmica e pessoal dos alunos.
Portanto, analisar cuidadosamente as opções disponíveis, considerar as consequências e escolher a melhor alternativa é uma capacidade a ser desenvolvida.
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Isso porque capacita os alunos a enfrentarem os desafios da vida cotidiana, considerando vantagens, desvantagens e possíveis consequências.
Essa consciência permite que eles estudem as informações disponíveis, considerem diferentes perspectivas e compreendam as implicações de cada escolha, avaliando riscos e consequências.
Também envolve a reflexão sobre os valores e princípios pessoais, uma vez que os estudantes devem refletir sobre suas próprias crenças, ética e moralidade, considerando como esses aspectos influenciam suas decisões.
Educação Socioemocional: Expectativa x realidade
Conforme observamos até aqui, os benefícios de investir no desenvolvimento e fortalecimento de capacidades socioemocionais são evidentes.
Contudo, ainda que na teoria não restem dúvidas quanto a sua importância, a aplicação prática, tanto no ensino público quanto no privado, enfrenta grandes desafios.
De acordo com uma pesquisa realizada pela OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Socioeconômico), com jovens de 10 a 15 anos, há uma queda no nível socioemocional desses estudantes conforme eles vão crescendo.
Já um estudo realizado pelo Instituto Ayrton Senna em parceria com a Secretaria de Educação do Estado de São Paulo, analisou 694 mil estudantes e concluiu que:
Em comparação a 2019, competências que envolvem a autogestão dos alunos do 5º ano caiu mais de 12% e a amabilidade, praticamente 10%.
Os estudantes afirmam que têm dificuldade em cumprir o que prometeram e não se preocupam com o que acontece com os colegas.
A análise ainda mostra que 69% dos alunos da rede de São Paulo relataram sintomas de depressão e ansiedade em altos níveis. E praticamente 70% não se sentem capazes de exercitar a confiança.
Em 2023, com episódios recentes de violência nas escolas, o debate sobre a importância e os desafios da educação socioemocional voltaram a estar em evidência.
De acordo com o professor Cesar Nunes, da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), em entrevista ao jornal Estadão, o desenvolvimento das competências socioemocionais deve ser pensado com o intuito de garantir uma sociedade mais plural, com foco no coletivo, e não só no desenvolvimento individual e desempenho de cada sujeito.
Nesse sentido, fica claro para a gestão escolar o desafio de implementar uma educação socioemocional realmente efetiva.
O que nos leva a questão seguinte.
Formação de Professores
Para além da ótica do estudante, ao falarmos sobre educação socioemocional, é preciso falar também sobre a necessidade de formação continuada dos professores.
Para obter resultados significativos com os alunos, é preciso que a gestão esteja investindo em uma equipe apta e preparada para lidar com todas as adversidades da vida docente.
Até porque os professores devem ser modelos práticos de comportamento, empatia e resolução de conflitos.
Ao investir nessa formação, a gestão promove uma cultura escolar que valoriza as competências socioemocionais e proporciona suporte contínuo aos professores.
Sendo assim, o Educbank, no papel de principal apoio financeiro para escolas de Educação Básica, oferece à gestão escolar a oportunidade de investir na formação desses professores.
Com previsibilidade de caixa e segurança financeira, o mantenedor tem confiança necessária para direcionar recursos para as melhorias que a escola precisa, sendo a formação continuada de professores uma delas.
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