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Novo Ensino Médio: o que esperar em 2023?

Novo Ensino Médio: o que esperar em 2023?

05 de abril de 2023

7 min

    Os desafios do Novo Ensino Médio 

    Em 2017, a  Lei nº 13.415/2017 alterou as Diretrizes e Bases da Educação Nacional e determinou uma mudança geral, cujo principal propósito era estabelecer um Novo Ensino Médio.

    O objetivo dessa modificação era propor uma estrutura inovadora que dialogasse com a realidade atual dos estudantes. 

    Essa necessidade surgiu após anos de debate, em que educadores, pesquisadores e órgãos governamentais defendiam a ideia de que o “modelo tradicional”, vigente por décadas, era antiquado para uma geração com demandas e comportamentos tão distintos. 

    E essa afirmação se confirmava em números. 

    Em 2022, por exemplo, de acordo com o censo escolar, o Ensino Médio teve 347 mil matrículas a menos, o que corresponde a um percentual 5,3% menor que no ano anterior. 

    Dados do Anuário Brasileiro da Educação Básica 2020, revelaram que apenas 65,1% dos brasileiros concluíram o Ensino Médio na idade esperada, até os 19 anos. 

    E indicou que 12% dos brasileiros com idades entre 15 e 17 anos estão fora das salas de aula.

    Nesse sentido, entre as etapas de ensino da Educação Básica, o Ensino Médio, ano após ano, chama atenção pelas altas taxas de abandono, reprovação e atraso escolar.

    Foi diante desses fatores que a concepção de se estruturar um Novo Ensino Médio ganhou força e forma. E virou lei. 

    Contudo, para entendermos o Novo Ensino Médio, seus desafios e complexidade, é preciso uma análise de como ele se constrói na prática. 

    Pensando nisso, este artigo irá se debruçar sobre as experiências e aprendizados obtidos no primeiro ano de implementação deste novo modelo e como está o debate atual sobre seu futuro. 

    Antes de explorar o conteúdo e os dados que estamos trazendo neste artigo:


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    Novo Ensino Médio: o que aprendemos em 2022 

    Para resgatarmos o que foi o primeiro ano de aplicação do Novo Ensino Médio em 2022 e como ele tem repercutido agora, em 2023, é preciso dar um passo para trás e olhar com atenção para o que ele significa. 

    O primeiro ponto é que a estrutura do Novo Ensino Médio prevê um aumento na carga horária mínima, ampliando 2400 para 3000 horas.

    Destas, 1800h são dedicadas às aprendizagens essenciais, previstas pela FGB, enquanto as 1200h restantes são dedicadas aos itinerários formativos. 

    E o que são esses itinerários? 

    Segundo o MEC, tratam-se do conjunto de disciplinas, projetos, oficinas, núcleos de estudo, entre outras situações de trabalho, escolhidos pelos estudantes.

    Sendo assim, a proposta visava romper com o conteudismo tradicional e dar maior poder de escolha aos estudantes, aproximando-os das áreas com as quais tivessem maior afinidade. 

    A intenção era estimular o protagonismo juvenil, focando no aprofundamento de algumas áreas de conhecimento, formação técnica e profissional. 

    Essa era a teoria. 

    Mas a prática foi muito diferente. 

    De acordo com a Dra. Lara Crivelaro, diretora acadêmica do Instituto Educbank, as escolas viveram em 2022 um dilema quanto à implementação do Novo Ensino Médio. 

    Ela explica que faltou diretrizes governamentais que indicassem exatamente como fazer, mas que, por lei, precisava ser feito. 

    Isso em um cenário pós-pandemia, em que a gestão escolar ainda se estabilizava com a reabertura das escolas, tendo pouquíssimo tempo para se ajustar.

    Como consequência, o Novo Ensino Médio começou a operar com diversas incertezas e  cada escola se adaptou como conseguiu.  

    Nesse primeiro momento, apenas as turmas de 1° ano do Ensino Médio experimentaram esse novo formato. 

    Para entender esse processo pela perspectiva de quem o vivenciou, o Educbank viajou até o Colégio Integração, em São Vicente, e conversou com alunos e educadores sobre o assunto. 

    Itinerários formativos na prática: experimentação e protagonismo 

    Tathiana França é coordenadora pedagógica do Colégio Integração e, em entrevista ao Educbank, explicou como foi a execução do Novo Ensino Médio para eles. 

    O primeiro ponto destacado é a dificuldade em entender como aplicá-lo, visto que há muitas interpretações possíveis com base no documento oficial. 

    O Colégio Integração, há anos, aposta em metodologias ativas, o que fez com que a gestão pedagógica enxergasse nos itinerários formativos uma oportunidade de explorar experiências “mão na massa”, como pontua a coordenadora. 

    Sendo assim, eles dividiram a grade curricular por períodos. 

    Pela manhã, os alunos do 1° ano, focavam nos conteúdos previstos pela Formação Geral Básica (FGB), enquanto à tarde, eles usavam os itinerários formativos para desenvolver projetos relacionados ao que foi aprendido.  

    “De manhã as crianças aprendem o conteúdo e à tarde elas experienciam ele”, disse a coordenadora. 

    Desse modo, como o objetivo dos itinerários é focar em áreas de conhecimento específicas, eles criaram 2 núcleos de experimentação:

    • Linguagens e Ciências Humanas; 
    • Exatas e Ciências da natureza. 

    Apesar dos desafios e da complexidade, tanto para gestão, quanto para os professores e alunos, bons projetos surgiram dessa experiência.

    Narrativas do Mundo 

    Esse foi o nome que recebeu o itinerário formativo de Linguagens e Ciências Humanas. 

    Os alunos que escolheram e se identificavam com essas áreas puderam explorar temas como: 

    • Arte e Expressão; 
    • Literatura, 
    • Poder, Política e Sociedade; 
    • O mundo se comunica; 
    • Democracia em debate. 

    Dentro desses enunciados, no primeiro e no segundo semestre, os estudantes trabalharam em grandes projetos de conclusão. 

    O Narrativas do Mundo, por exemplo, permitiu que os alunos estimulassem o apreço à literatura, desenvolvendo uma feira de livros que envolveu todas as etapas de ensino do colégio.  

    Rotas Exatas 

    Já o Rotas Exatas, como o nome sugere, foi o itinerário responsável por englobar Exatas e Ciências da Natureza. 

    Nesse sentido, os assuntos introduzidos se dividiram em: 

    • Recursos Matemáticos, 
    • Grandezas Físicas;
    • Transformações Químicas; 
    • Biodiversidade e Bioética; 
    • Biologia molecular e celular. 

    Por sua vez, esse grupo de alunos foram encabidos de desenvolver um projeto que fugia da proposta inicial, mas que conversava muito com as conclusões que haviam chegado ao longo do semestre. 

    Eles construíram, do zero, uma casa sustentável, com um protótipo perfeito, no qual eles desenvolveram, com elementos químicos básicos, todo circuito elétrico.

    Contudo, apesar do sucesso indiscutível dessas experiências e de projetos tão completos e robustos, a estrutura do Novo Ensino Médio continua repercutindo. 

    Dos corredores agitados das escolas às manchetes de jornais, o que todos querem saber é sobre a continuidade(ou não) dessa iniciativa.   

    Como fica o Novo Ensino Médio em 2023? 

    Ainda que o Colégio Integração tenha conseguido concluir com êxito o primeiro ano de implementação do Novo Ensino Médio, o Educbank procurou, para além da gestão, ouvir o que pensavam os alunos que viveram essa experiência. 

    Oito estudantes, que agora formam a turma do 2° ano do Ensino Médio, participaram desse bate papo e compartilharam suas visões. 

    Apesar de reconhecerem os aprendizados, algumas narrativas e problemáticas se repetem entre eles. 

    A primeira é sobre o vestibular. Quando o Novo Ensino Médio foi instituído, previa-se que, em 2024, os vestibulares seriam adaptados para essa nova realidade. 

    Mas nenhum pronunciamento oficial foi feito até o momento, o que preocupa tanto os estudantes, quanto os pais. 

    Em uma sala desenhada por futuras médicas, nutricionistas, empreendedores e professores, garantir um bom desempenho no vestibular é prioridade. 

    E isso nos leva ao segundo ponto mais enfatizado pelos alunos: ao priorizar uma área de conhecimento com a qual possui afinidade, o estudante se torna deficitário em outras. O que, pensando no modelo atual de avaliação, é prejudicial ao discente do Novo Ensino Médio. 

    Por outro lado, todos se orgulham dos projetos e do formato prático que experienciaram com os itinerários formativos. 

    Pronunciamento do MEC sobre o Novo Ensino Médio

    Diante dessa conjuntura de incertezas, o governo atual, em portaria recente, suspendeu por 60 dias a implementação do cronograma do Novo Ensino Médio.

    A suspensão foi publicada após a conclusão da consulta pública para avaliar e reestruturar a política nacional. 

    De acordo com o atual Ministro da Educação, esse período será necessário para analisar os problemas da reforma e tomar uma decisão definitiva. 

    Embora não haja, até o momento, uma resolução definitiva sobre o futuro do Novo Ensino Médio, o Educbank, na posição de principal apoio financeiro para escolas particulares da América Latina, segue auxiliando a gestão escolar, garantindo a previsibilidade financeira que a sua escola precisa para investir no programa de ensino.]]>

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