O reajuste de mensalidade escolar em 2026 será de cerca de 9,8%. O valor leva em consideração indicadores econômicos, como o IPCA, e os custos das escolas, como reajustes salariais, gastos com infraestrutura, entre outros.
Calcular o aumento do valor é um exercício de equilibrar sustentabilidade financeira e cuidado com as famílias. Em um ambiente econômico como o do Brasil, as pressões estão por todos os lados. Portanto, as taxas devem ser definidas com calma e comunicadas com clareza às famílias.
Este artigo apresenta as principais ferramentas para você definir os valores para o próximo ano letivo.
Entendendo o contexto do reajuste para 2026
O reajuste das mensalidades em escolas particulares é influenciado por diversos fatores. Um dos principais é o custo de operação, que costuma crescer acima da inflação.
Veja abaixo alguns dos elementos que entram na conta:
- Salários: frequentemente os dissídios dos professores superam a inflação acumulada (que nos últimos doze meses foi de cerca de 5%);
- Infraestrutura: gastos com água, luz, manutenção de prédios, reformas e equipamentos também tendem a elevar o preço.
- Tecnologia: investimentos em plataformas de aprendizado, sistemas de gestão, segurança de dados, entre outros;
- Serviços: custos com fornecedores de material pedagógico, limpeza, alimentação e segurança também tendem a sofrer reajustes, o que pode se refletir na mensalidade;
- Inadimplência: escolas com muitas mensalidades atrasadas podem se sentir pressionadas a fazer reajustes maiores para manter as contas no verde.
Diante disso, a média do reajuste de mensalidade escolar para 2026 ficou em 9,8%. Mas não é um número absoluto: em muitas escolas, ficou abaixo desse valor, dependendo de fatores como localização, posicionamento e contexto econômico específico.
O valor é ligeiramente maior do que nos anos anteriores, quando a média nacional ficou próxima de 9%.
E, embora o aumento seja quase o dobro do IPCA, está correto diante da legislação brasileira. Na avaliação do Procon, é correto considerar todos os custos no cálculo de valores, desde que tudo seja comunicado com transparência e, principalmente,e com antecedência.
Uma boa prática é manter uma planilha de custos que explique claramente os motivos do novo valor.
Como calcular o reajuste na sua escola?
O Educbank tem uma calculadora de reajuste de mensalidade. É uma ferramenta gratuita que automatiza o processo, com base nas informações que você preenche sobre a sua escola.
Ela leva em consideração índices oficiais, dados históricos do seu estado, investimento e taxa de evasão. Em seguida, apresenta três propostas para diferentes cenários econômicos.
Para validar o resultado, considere os custos fixos e variáveis da escola e as taxas esperadas de aumento para cada um.
Depois, faça simulações considerando sempre três cenários: conservador, equilibrado e agressivo.
Para cada um deles, calcule o impacto do reajuste na mensalidade, no total de receita anual, quanto disso vai para cobrir custos e quanto será investido.
Considere também se pode haver impacto na taxa de retenção. Ou seja, se há chance de alguma família cancelar a matrícula por causa do reajuste.
Também vale a pena considerar o posicionamento da escola.
Em segmentos que podem ser considerados “premium”, pode ser mais relevante priorizar a retenção do que a margem, dado que os valores já são elevados. O mesmo vale para uma escola que se posiciona como “de bom custo-benefício”. Ali, pode haver resistência em casos de aumentos agressivos, muito acima da média nacional.
Por outro lado, famílias que estão há muitos anos matriculadas e satisfeitas podem tolerar melhor reajustes do que um mercado novo, que você está começando a atingir agora.
Enfim, como você pode ver, o reajuste de mensalidades é bastante complexo e vai muito além de simplesmente aplicar o IPCA.
Como explicar o reajuste às famílias?
Comunicar o aumento da mensalidade é sempre uma tarefa delicada. Na maioria dos casos, os responsáveis já estão lidando com aumentos em diversas áreas e a escola acaba sendo mais uma delas.
E, se a estratégia não for eficiente, pode ficar aquela sensação de “injustiça” ou de “surpresa”. Tudo isso aumenta a resistência e o atrito com as famílias.
Os principais elementos que você deve levar em consideração são:
- Antecedência, de preferência num prazo de 90 a 45 dias antes da abertura das matrículas para 2026. Quanto antes, melhor, tanto para diminuir o choque quanto para facilitar o planejamento familiar para o próximo ano;
- Transparência, explicando de forma específica quais custos cresceram, por quê e como isso impacta a escola;
- Clareza para explicar o que está melhorando também. Aproveite a oportunidade para compartilhar os investimentos planejados para o próximo ano e como o reajuste tornará tudo isso possível;
- Diálogo para discutir as opções disponíveis e esclarecer o que for necessário, para aumentar a receptividade a uma notícia que pode ser difícil.
Demonstre flexibilidade
A flexibilidade é uma das características mais valorizadas pelas famílias. Quando você investe em possíveis contrapartidas ou programas de retenção, quebra uma objeção comum diante dos reajustes: o discurso de “a escola só liga para o dinheiro”.
Ofereça descontos para quem já tem irmãos matriculados, considere programas de fidelidade, crie bolsas internas e ofereça oportunidades de negociação para inadimplentes.
No mais, ofereça o máximo de opções de pagamento possível, como Pix, débito automático e cartões.
Um aluno retido por 12 meses traz muito mais retorno do que a possível margem que o reajuste oferece. Em muitos casos, pode ser decisivo para as famílias que estão em cima do muro e até para fortalecer o vínculo com elas.
Monitore o reajuste
Durante o ano letivo, acompanhe sistematicamente indicadores como retenção, inadimplência, captação de novos alunos, reclamações e impacto financeiro da escola.
Assim, você descobrirá o que deu certo e o que precisa mudar. Tudo isso te dará muito mais clareza para ajustar os valores para 2027. Procure repetir esta rotina anualmente, já que os reajustes ocorrem sempre.
E, para ter apoio no crescimento sustentável da sua escola, conheça as soluções do Educbank. Oferecemos diversas ferramentas para zerar a inadimplência e garantir previsibilidade financeira na sua gestão.
